Você já aprendeu alguma coisa hoje?
Com certeza sim. Talvez nem tenha percebido, mas aprendeu.
Se aprende assim, sem notar, imagina se tiver vontade de aprender.
Vontade de aprender é uma disposição inalienável para o novo.
Não que tenhamos que estar sempre buscando o novo
ou que não nos contentemos com o que já sabemos.
A questão não é essa.
A questão é que somos humanos.
E o que nos diferencia dos outros seres vivos é justamente
O fato de que somos seres repletos de possibilidades.
Mas “possibilidade” como o próprio nome já diz, é um estado
De latência do realizável.
E a espoleta, a faísca para transformar
Essas possibilidades em realizações
É a vontade de aprender.
É a disposição para o novo.
É o olhar do recém-nascido para o
Novo mundo fora do aconchego materno.
Um papagaio pode imitar a nossa voz.
A Siri e a Alexa podem nos surpreender
Com a imitação de nossa inteligência.
Mas nada, nenhum desses seres vivos ou fabricados
É tão repleto de possibilidades quanto nós,
Os frágeis e indefesos seres humanos.
Não há problema com o já visto, ou o já lido
Ou o já vivido.
Mas quando assistirmos pela terceira ou quarta vez
Um filme, descobriremos algo novo.
Quando lermos pela segunda vez um livro, mergulharemos
Um pouco mais fundo no desvendar da história.
E quando vivermos novamente uma experiência boa ou ruim,
Descobriremos o que Heráclito de Éfeso desvendou há 2.500 anos:
“Que não é possível banhar-se duas vezes no mesmo rio.
Porque na segunda vez não será o mesmo rio, tampouco o mesmo homem”.
Nosso microcosmos está em eterna evolução e a
C u r I o s I d a d e é o motor.
Somos máquinas de aprender.
Aprendemos a nascer,
A chorar e a sorrir,
A caminhar,
A falar, ler e escrever.
Aprendermos a aprender.
E, naquele momento em que tudo terminar,
Não será o fim,
Será apenas a última lição
Da nossa sede
de viver.